Autor Tópico: Câmara de infravermelhos portuguesa  (Lida 1321 vezes)

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Offline PauloSantos

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Câmara de infravermelhos portuguesa
« em: Maio 08, 2007, 05:33:33 pm »
A CAMCAO é uma câmara de infravermelhos próximos concebida para ser usada num dos telescópios do VLT (ESO) conjuntamente com um inovador sistema de óptica adaptativa designada por MCAO (Multi-Conjugate Adaptive Optics). Esta é a primeira câmara de alta resolução e campo de visão largo a utilizar esta técnica de correcção da turbulência atmosférica.

A construção da câmara e a sua validação ficou a cargo de uma equipa portuguesa, liderada pelo Laboratório SIM da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, com participação do LIP-Coimbra e INETI, e foi financiada pela FCT.

Pronta em 2005, a câmara foi entregue no final desse ano ao ESO para ser integrada no sistema MAD (Multi-Conjugate Adaptive Optics Demonstrator) . Em Janeiro deste ano, o demonstrador foi enviado para o Observatório do Paranal (Chile) para ser instalado no telescópio Melipal do VLT.


Região central do enxame globular de Omega Centauri, observado com diferentes técnicas de óptica adaptativa. A imagem de cima foi obtida com a CAMCAO, com uma exposição total de 5 minutos. O campo tem 2 minutos de arco de lado e as estrelas têm um FWHM de 0,08 e 0,1 segundos de arco! As estrelas utilizadas pela técnica MCAO estão identificadas com uma cruz. Em baixo, uma região da imagem de cima, com 14 segundos de arco, observada com diferentes técnicas de óptica adaptativa. Da esquerda para a direita: sem óptica adaptativa, com sistema tradicional de óptica adaptativa, e com o novo sistema MCAO. O sistema tradicional não melhora significativamente a imagem, mas o efeito da MCAO é impressionante. Crédito: ESO.

O MAD e a CAMCAO observaram a primeira luz no VLT no dia 25 de Março, confirmando-se em condições de observação reais os valores de desempenho do sistema que já haviam sido verificados em ambiente laboratorial.

A utilização de técnicas de correcção das perturbações atmosféricas é fundamental para poder recuperar (pelo menos parte) da resolução teórica possível com telescópios de grandes dimensões. A Óptica Adaptativa faz essa correcção, contrabalançando a distorção da imagem provocada pela atmosfera através de deformações no espelho, controladas por computador. As correcções são em tempo real e são calculadas através da imagem de uma câmara especial.

Há 20 anos que se utilizam técnicas de óptica adaptativa. Mas até agora, só se conseguia corrigir o efeito em pequenas regiões do céu, tipicamente de 15 segundos de arco . A nova técnica MCAO vem ultrapassar essa limitação, pois utiliza como referência o sinal de várias estrelas, e não apenas uma, como sucede com as técnicas de óptica adaptativa tradicionais. Torna-se assim possível corrigir um campo de visão muito maior.

O MAD e a CAMCAO foram especialmente concebidos para testar a MCAO. A MCAO é considerada uma técnica chave para a instrumentação de 2ª geração do VLT, bem como do futuro ELT (Extremely Large Telescope).

Fonte: Portal do Astrónomo
« Última modificação: Janeiro 01, 1970, 01:00:00 am por PauloSantos »
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Longitude -8º 34\' 59"
Altura 138m

Câmara de infravermelhos portuguesa
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