O vaivém Atlantis separou-se ontem de manhã, às 08.45 de Lisboa, da Estação Orbital Internacional (IST), concluindo com sucesso uma missão de oito dias e meio que permitiu a instalação em órbita do laboratório europeu Columbus. A nave deverá aterrar amanhã na base da NASA de Cape Canaverall, na Florida, Estados Unidos. A separação deu-se três minutos antes do previsto, a uma distância de 350 quilómetros da Terra, numa altura em que a IST sobrevoava a Nova Zelândia.
O vaivém cumpre agora um período de 24 horas em órbita para verificações, a cerca de 73 quilómetros de distância da estação, antes do regresso a Terra. Uma prática que começou a ser adoptada após o desastre com o vaivém Columbia, em 2003, que se despenhou devido a danos causados por micro-meteoritos.
Quanto ao laboratório "Columbus", o essencial da instalação ficou concluído no passado dia 11, após três "caminhadas" no espaço dos sete tripulantes da Atlantis.
Na viagem de regresso, o vaivém vai trazer para Terra sete astronautas, incluindo Daniel Tani, um dos três ocupantes da IST, que perdeu recentemente a mãe num desastre de automóvel em Chigago. No lugar do engenheiro de voo da IST ficará o francês Leopold Eyharts, da Agência Espacial Europeia (ESA), que deverá passar as próximas seis semanas no espaço, a concluir os últimos procedimentos necessários a tornar o laboratório Columbus operacional.
O laboratório inclui diversos módulos, que permitirão realizar experiências só possíveis no espaço. No exterior, terá um observatório solar e um contentor contendo várias substâncias, tendo em vista a sua resposta às condições do vazio do espaço.
Outros módulos, no interior do laboratório, permitirão conduzir diversas experiências sobre a respiração, sistema circulatório e comportamento do sistema imunológico humano no espaço, e a relação deste com doenças como a osteoporose.
O equipamento que mais expectativas tem criado é, no entanto, o biolab. Este sistema integrado permitirá testar diversas formas de matéria orgânica - desde células animais e culturas de tecidos humanos a micro-organismos, e até pequenos invertebrados -, que serão sujeitos a testes para avaliar a sua reacção ao efeito da microgravidade.
Para esse fim, o Biolab inclui uma incubadora equipada com um sistema de centrifugação que permitirá submeter os objectos de teste a diferentes níveis de aceleração controlada. Portugal é um dos raros países da Europa Ocidental que não contribuem para a IST.| com Agências
In DN