Caro Paulos
A parabolização á feita com o aparelho de Foucault. Não é com esferómetro.
Presumo que quer o esferómetro para medir (indirectamente) o raio de curvatura da superfície enquanto está a esmerilar a calote esférica inicial. Ou seja, durante o desbaste e esmerilamento, pretende controlar o raio de curvatura e indirectamente a distância focal f=R/2. Desse modo saberá quando já esta perto da curvatura pretendida. E para ir ir controlando essa curvatura durante a marcha do trabalho, até ao polimento da calote esférica (que seguidamente será parabolizada).
Há boas notícias. Também não precisa de esferómetro para isso. Embora a superfície de vidro desbastada com carborundo grosso digamos, 60 ou 90 , ...120 (em seco) não seja suficientemente reflectora, ela já reflecte bem se estiver molhada com água.
Voltando o espelho para o Sol (ainda apenas desbastado), seguro em ambas as mãos e molhado com água, e focando a imagem do Sol sobre uma parede (de modo a obter o menor disco luminoso possível sobre uma parede vertical, junto a uma esquina), poderá medir a distância focal do que virá a ser o seu futuro espelho. Basta que, enquanto faz isso, uma outra pessoa, com fita métrica, meça a distância do vértice do espelho à parede.
Note que quando a superfície fica seca, deixa de ser possível fazer este teste porque o vidro despolido, a seco, não apresenta reflexão especular, mas apenas reflexão difusa. Pode sempre voltar a molhar a superfície.
Era assim que se fazia em 1969, 1970 na Oficina de Óptica do Planetário Gulbenkian, em Lisboa.
Abraço
Guilherme de Almeida