Eu vejo isso de uma forma um pouco diferente. As pessoas estão tão rotinadas numa sociedade de consumo que deixaram de ser seres que buscam a satisfação das suas necessidades, e esperam que as ofertas lhes caiam do céu, sendo alguma delas, a satisfação das suas necessidades.
Falar da Astronomia na vertente da procura, é um pouco volúvel...existe procura, as pessoas até querem saber mais, e como funcionam os telescópios, e "será que posso adaptar a minha máquina ao telescópio" e coisas assim. Isso está inerente nas pessoas, agora, a que nível, já íamos para uma longa e inútil discussão sociológica, que penso que não é relevante para aqui.
Por isso, até na Astronomia, as pessoas reagem à oferta, e é na vertente da oferta, e oferta de qualidade e com uma certa base de cointinuídade no tempo. (Óbviamente que todos temos as nossas vidas, e os telescópios não podem ir para a rua 24/7. Mas isto também é uma das características das mentalidades associadas à Astronomia, hoje em dia...exagera-se ao máximo o motivo para não se fazer nada)
Como eu dizia, entendo que é pelo lado da oferta que se deve trabalhar, e da divulgação, e comunicação eficiente dessa oferta. Na minha experiência no Astronomia no Verão, aconteciam coisas curiosas, como no outro dia contei ao Ivo...montávamos os telescópios, e por vezes o Datashow e o écran. As pessoas iam passando, e iam olhando, vindo ter connosco. Notávamos que sabiam que existia uma coisa chamada Astronomia no Verão, e que tinham sabido pelos mais diversos canais, entre os quais, por vezes, os próprios filhos, porque tinha ido lá à escola um senhor com uns telescópios ou um planetário que se fartou de dizer coisas interessantes (vejam como a diversidade de canais de comunicação é interessante e importante). Às vezes vinham pessoas isoladas, estavam ali um pouco connosco, e depois iam ao café buscar a família, e todos estávamos ali um bocadinho, sempre em muito agradável ambiente e diálogo (as pessoas não querem apenas ver coisas aos telescópios, querem também que se fale com elas). Algumas dessas pessoas, depois inscreviam-se nos cursos e até diziam "por acaso estive com voçês naquela sessão que fizeram na praia da Barra, ou na Costa Nova".
Quando montávamos material para observação solar junto ao Dep. de Física, as coisas sucediam-se de forma muito parecida. As pessoas sabiam ao que vinham, porque, agora no âmbito da associação, as coisas eram divulgadas por diversos canais escolhidos para terem um rápido e fácil acesso ás pessoas.
Em resumo, não são as pessoas que nos devem procurar, nós é que temos de achar novos modelos de oferta, mais versáteis, mais inovadores, mais dinâmicos, nos clubes, nas associações, nos encontros, etc.
Por último, devo dizer que não gosto muito do termo do fanatismo na Astronomia. Mesmo que saudável
O gosto interior tem muitas formas de se expressar e ecoar no interior de outro ou outros, do que aplicar um termo que acaba sempre por ter uma conotação mais negativa, por muito boa vontade que se tenha