As montagens equatoriais, foram pensadas para girar o telescópio em torno do pólo, mas mesmo assim, isto não quer dizer que não se consiga observar nessa zona. Estas montagens foram feitas com duas metades de céu em mente.. O "problema" delas, é obrigar-nos a dividir o céu na metade Este e metade Oeste. Quando se passa de um lado para o outro é preciso rodar o telescópio 180º em Declinação, e 180º em Ascenção Recta.. No caso da Polar, ou do cruzeiro do Sul, a zona abaixo dela até ao horizonte é facilmente acessível da mesma forma que apontando para o ponto oposto (no meridiano local, junto ao horizonte). A dificuldade que existe é em apontar a coisas perto do pólo, em si. Chamei-lhe dificuldade, porque não é uma impossibilidade, mas sim um incómodo. Para se deslocar o telescópio aquilo que parece ser um bocadinho de nada no céu, pode transformar-se num gigantesco movimento em Ascenção Recta. Nesse caso, o melhor é mesmo guiar-nos por um mapa "equatorial", e não tentarmos fazer "star hopping" nessa zona.. Por exemplo, é preciso treino para se centrar um telescópio numa montagem equatorial na estrela polar!
Em suma, não existe uma zona cega do telescópio, porque se não funcionar com o telescópio do lado Este da montagem, funciona com ele do lado Oeste.
Existe ainda um outro detalhe, que é se por ventura o telescópio não está assente na montagem de forma perpendicular ao eixo de Declinação. Se isto acontencer, então existe o tal ponto cego. Mas é só neste caso, que é suposto não acontecer. Há anéis que suportam os tubos ópticos que permitem ajustar isto, e em geral só costuma ser problemático se o campo visível pelo telescópio for muito pequeno (distância focal muito alta, ou muita amplificação).
De certa forma é o mesmo que acontecer com uma montagem altazimutal a olhar na vertical para cima, só com a diferença que as estrelas nessa zona se mexem muito devagar.