Os cientistas da NASA pensam que terão uma pista para onde encontrar as luas desaparecidas de Saturno: nos anéis próximos recentemente descobertos pela sonda Cassini.
Na última metade de Setembro o Sol esteve posicionado por trás de Saturno, o que proporcionou aos cientistas do projecto Cassini uma oportunidade sem precedentes para capturar imagens do planeta.
Imagem dos anéis de Saturno obtida pela sonda Cassini.
Crédito: Cassini/NASA/ESA A coberto da sombra do planeta, todo o sistema de anéis de Saturno ficou visível nas imagens tendo surgido partículas microscópicas nunca anteriormente vistas.
A sonda descobriu um anel ténue nas órbitas das luas Jano e Epimeteu. Um segundo anel estreito foi descoberto na órbita onde a pequena lua Pallene seria descoberta uma semana mais tarde. São visíveis um terceiro e um quarto anel na Divisão de Cassini que é a grande falha no sistema de anéis principal de Saturno.
Os cientistas acreditam que um satélite poderá estar oculto próximo de um dos novos anéis.
“Tal como o velho ditado que diz que não há fumo sem fogo, em Saturno, onde há um novo anel há normalmente uma lua ligada a ele”, disse Jeff Cuzzi, um cientista do projecto Cassini que trabalha no Centro de Investigação Ames da NASA.
Os satélites mais pequenos de Saturno têm uma pequena gravidade e não conseguem reter qualquer matéria que seja libertada da sua superfície. Quando estes satélites são atingidos por meteoróides interplanetários a grande velocidade, o material da sua superfície é arrancado da superfície ficando em órbita em torno de Saturno criando anéis difusos ao longo do trajecto órbital do satélite.
Imagem obtida pela sonda Cassini em que se vê o ténue anel de Pallene.
Crédito: Cassini/NASA/ESA Os trilhos também podem ter sido criados pelas colisões entre pequenos satélites. Por exemplo, o anel G de Saturno não parece ter qualquer satélite suficientemente grande para ser observável, o que poderá ser explicado pela desintegração recente de um satélite.
“Estamos a aproximar-nos no trilho destas pequenas luas,” disse Joe Burn, cientista de imagem do projecto Cassini na Universidade de Cornell. “Encontrar as luas e aprender acerca das interacções entre elas e os anéis ajudar-nos-á a compreender como se formaram as luas e talvez como se formou o sistema saturniano.”
A sonda Cassini também tirou vantagem da sua posição relativamente a Saturno para conseguir distinguir cores nos anéis. Estas diferenças podem indicar variações na composição e nas partículas microscópicas dos anéis. Também podem implicar que as partículas estão a ser separadas pela dimensão que possuem.
“O sistema principal dos anéis apresentam uma cor branca, enquanto o anel C é avermelhado e os anéis D e E são bastante azulados,” disse Phil Nicholson, outro cientista do projecto Cassini da Universidade de Cornell. “Ainda não compreendemos bem se estas variações são devidas à dimensão das partículas ou à sua composição, mas é bom ser surpreendido de vez em quando.”
A sonda Cassini continua obtendo imagens que talvez ajudem a clarificar este dilema até ao final da missão.
Fonte: Centro de Ciência Viva do Algarve