O satélite "Swift" da Nasa detectou uma tempestade estelar tão enorme que, se tivesse ocorrido no nosso Sol, o seu efeito teria eliminado a vida na Terra, informou hoje a agência espacial americana.
A enorme explosão foi captada numa estrela de massa levemente inferior à do Sol num sistema binário chamado II Pegasi, na constelação Pégaso, em Dezembro de 2005.
Um comunicado da Nasa diz que a energia libertada por esse fenómeno foi centenas de milhões de vezes superior à de uma tempestade solar, ou seja, de cerca de 50 triliões de bombas atómicas.
"Por sorte", acrescenta a nota, "nosso sol é uma estrela estável e não produz explosões desse tipo. Além disso, o II Pegasi está a uma distância segura, a aproximadamente 135 anos-luz da Terra".
No entanto, mediante essa detecção, os cientistas colectaram provas de que esse tipo de fenómeno envolve uma aceleração de partículas, como ocorre no nosso Sol.
"Essa explosão foi tão enorme que, em princípio, pensamos que se tratasse da explosão de uma estrela", disse Rachel Osten, cientista do Centro Goddard de Vôos Espaciais da Nasa.
"Este fenómeno no II Pegasi foi a nossa primeira oportunidade de estudar os detalhes das tempestades em outras estrelas, como se estivessem tão perto como o nosso próprio sol", ressaltou.
As tempestades solares têm origem na coroa, que é a parte mais externa da atmosfera do Sol. Ali a temperatura é de aproximadamente 1,1 milhão de graus centígrados.
Na superfície solar, chamada fotosfera, a temperatura é de cerca de 3.300 graus, e a explosão lançou em direcção ao cosmos uma enorme chuva de raios X.
Se tivesse ocorrido um fenómeno similar no nosso Sol, esses raios teriam cruzado o escudo protector da atmosfera terrestre e causado uma mudança climática e a extinção em massa da vida sobre a sua superfície, destacaram os cientistas.
"O Swift foi construído para captar raios gama, mas podemos utilizar a sua velocidade para detectar tempestades estelares e explosões de supernovas", declarou Neil Gehrels, cientista do Centro Goddard.
Fonte: Agência EFE in Yahoo News