Exactamente, Miguel
Por muito que isso nos custe a aceitar, eles (as entidades públicas) não são sensíveis a "uns quantos indivíduos que gostam de olhar para o céu".
Os únicos argumentos que eles aceitam são a economia de energia ($$$) ou o incómodo que a luz nos pode causar na vida normal (por exemplo a luz do candeeiro da Rua, mal orientada, que nos entra pelo quarto dentro e não nos deixa dormir.
A PHILIPS, fabricante de sistemas de iluminação pública, iluminação de ruas, de estádios desportivos, etc, tem em Portugal uma Divisão de Iluminação *** Ele oferecem, a quem o pedir, o catálogo de sistemas de iluminação pública. Alguns modelos incluídos nesse catálogo foram aprovados pelo Instituto de Astrofísica das Canárias, ou seja modelos bem estudados, com incidência especialmente baixa na poluição luminosa. Apenas há que escolher esses modelos em vez dos maus modelos, mais contaminadores e mais poluidores.
Estes bons modelos estão prontos a vender e a aplicar. Portanto, as Câmaras Municipais, têm À disposição modelos já optimizados para muito baixa poluição luminosa, mas boa eficácia iluminante, por onde escolher, sem precisarem de imaginar coisas novas.
O problema é a vontade para escolher esses modelos em vez dos maus modelos, e aí põe-se a questão da educação do público, não apenas da classe política. Basta ver a Àrvore da Natal da Praça do Comércio em Lisboa, dita "a maior da Europa ou talvez do Mundo" para se ver a mentalidade e a escala de valores das pessoas em geral e do nosso povo. Há que educar primeiro o público, fazendo ver que o céu nocturno é um Património da Humanidade; não são só os mosteiros, palácios e outras coisas históricas que constituem património da humanidade, ou que são "maravilhas do mundo"..
Há pois que começar por educar o nosso povo em primeiro lugar. É que se assim não for, se não se educar o povo primeiro, mesmo que as Câmaras Municipais escolhessem modelos de luminárias de fraca poluição luminosa (apesar de iluminarem muito bem o chão), haveria logo quem protestasse a dizer que não gostava dos novos candeeiros...
Dizia-me um engenheiro da Philips que por vezes, para iluminar um recinto desportivo, eles apresentavam um projecto de baixa poluição luminosa e os "clientes" reclamavam, dizendo que queriam uma coisa que deitasse luz para cima e que impressionasse vista de longe; não lhes bastava iluminar o estádio! Por isso, eles, da Phillips, muitas vezes perdiam a adjudicação para outro concorrente "menos idealista", que apresentava logo de início um projecto de iluminação mais poluidor e espampanante, mas que o cliente (obviamente mal informado) preferia.
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Divisão de Iluminação da PHILIPS Portuguesa, SA
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Guilherme de Almeida