Caro Miguel
Pergunta curiosa, mas esse procedimento não funciona por duas razões:
a) cada redutor é feito para trabalhar sozinho, projectando a imagem num plano sensível (película, chip de câmara digital ou CCD clássica), ou no plano-objecto de uma ocular de diafragma de campo nâo excessivamente grande; a acumulação de dois redutores produziria, se conseguisse focar a imagem, imensas aberrações tanto axiais como extra-axiais;
b) o uso de um redutor implica, para focar a imagem, a existência de um "back focus" relativamene grande, ou seja, a disponbilidade de focagem tal que, sem redutor, a imagem se consiga formar bastante para trás da extremidade do tubo; com dois redutores isso ficaria impossível.
Além disso a distância de um redutor ao NOVO plano focal tem de ser relativamente rigorosa, sob pena de piores resultados em termos de qualidade da imagem. Assim, os clássicos redutores Meade/Celestron x0,63 são concebidos para distâncias de 95 mm +/- 5 mm, ou seja, de 90 a 100 mm medida do redutor ao novo plano focal. Se asim não for, a imagem será pior, terá mais curvatura de campo e outras aberrações, além de que o factor de redução será diferente (maior distância torna o factor de multiplicação menor, por exemplo de 0,63 para 0,59). Nos redutores de 0,33x não tenho o valor exacto dessa distância (do redutor ao novo plano focal) mas sei que a tolerância da distância, neste caso é inferior a UM milímetro...
A título de curiosidade, mesmo que [como hipótese absurda] conseguisse obter imagem com esses dois redutores "em cascata", obtendo um factor global de 0,63x0,33=0,208, tornaria um telescópio f/10 num f/2,08, e para essa relação focal nenhuma ocular daria boas imagens, mesmo no centro do campo, nem sequer uma Nagler.
Boas observações
Guilherme de Almeida