Autor Tópico: Palestra no OAL: 26 de Janeiro  (Lida 1163 vezes)

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Offline PauloSantos

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Palestra no OAL: 26 de Janeiro
« em: Janeiro 23, 2007, 07:27:17 pm »
Origem e Evolução da Vida: uma abordagem simbiogénica

26 de Janeiro pelas 21h30
Observatório Astronómico de Lisboa - Edifício Central


Por Francisco Carrapiço
Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, Departamento de Biologia Vegetal, Centro de Biologia Ambiental, Bloco C2, Campo Grande, 1749-016 Lisboa (mailto:f.carrapico@fc.ul.pt)


O estudo da origem da vida tem sido sobretudo baseado em princípios Darwinistas clássicos, fundamentalmente desenvolvidos por Aleksandr Oparin e John Haldane nas duas primeiras décadas do século XX, constituindo os principais modelos teóricos que os investigadores presentemente podem usar para enquadrar esta temática. As ideias destes investigadores constituem, igualmente, os principais princípios da hipótese heterotrófica da origem da vida, tendo sido reforçadas pelos resultados positivos da experiência Miller-Urey de 1953. Estas duas teorias foram construídas no princípio de que a evolução era um processo estritamente competitivo, sem qualquer envolvimento cooperativo ou sinergístico. Enquanto Oparin deu prioridade evolutiva ao metabolismo, Haldane deu-o à replicação, e a escolha entre estas duas alternativas ainda hoje divide o campo das teorias sobre a origem da vida. Apesar desta perspectiva ser a dominante no espectro científico actual, houve uma abordagem simbiogénica deste problema apresentada pelo físico norte-americano de origem inglesa, Freeman Dyson, que em 1983 formulou uma hipótese para a origem da vida usando conceitos simbiogénicos, baseada nos princípios introduzidos em 1909, pelo o biólogo russo Constantin Merezhkowsky e ulteriormente desenvolvidos pela bióloga norte-americana Lynn Margulis.

É sobretudo a partir de 1859, ano em que foi publicado o livro de Charles Darwin "Origem das Espécies", que a evolução é considerada como o conceito fundamental e organizador da biologia moderna, bem como o seu pilar estrutural. Sem negar muitos dos princípios Darwinistas, o pior que podemos fazer no estudo do processo evolutivo é confundirmos ou restringirmos evolução à perspectiva Darwinista ou Neodarwinista. Estas perspectivas foram maioritariamente usadas para explicar a evolução biológica, contribuindo para a crença generalizada segundo a qual a evolução só podia ser explicada por estas duas teorias científicas. Isto originou a ideia errada de que o Darwinismo ou o Neodarwinismo têm o mesmo significado que evolução biológica. Outras abordagens evolucionistas existem e é necessário que as mesmas sejam aprofundadas e debatidas no domínio das ciências biológicas. Encontra-se neste âmbito um conjunto de princípios e dados que podem ser integrados numa Teoria Simbiogénica da Evolução. Esta teoria deve incluir princípios Darwinistas, mas não se deve restringir apenas a estes para promover a explicação do desenvolvimento, organização e evolução do mundo biológico num sentido simbiogénico. Esta abordagem pode também ser utilizada para compreender a formação e evolução da vida em outros locais para além do nosso planeta


A entrada na Tapada da Ajuda faz-se pelo portão da Calçada da Tapada, em frente ao Instituto Superior de Agronomia.

No final de cada palestra, e caso o estado do tempo o permita, fazem-se observações dos corpos celestes com telescópio.

Para mais informações use o telefone 213616730.

Fonte: OAL
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Paços de Brandão/Stª Mª Feira

Latitude 40º 58\' 01"
Longitude -8º 34\' 59"
Altura 138m

Palestra no OAL: 26 de Janeiro
« em: Janeiro 23, 2007, 07:27:17 pm »